O Filme Getúlio Do Cineasta João Jardim, E Suas Linguagens, Diante Do Perpasse Do Contexto Da Imigração Galega No Brasil.
Palavras-chave:
Literatura Comparada, Estudos fílmicos, Identidade, ImigraçãoResumo
O artigo se propõe a analisar o filme Getúlio (2014), dentro do espaço dos seus últimos 19 (dezenove) dias de governo, antes de cometer o suicídio, e dentre outros fatos históricos, o período das grandes imigrações espanholas (galega) no Brasil. Apesar da preponderância do jus soli, o princípio da nacionalidade no Brasil, tal como exprimido no período da grande imigração, exigia a acomodação dos imigrantes e seus descendentes aos cânones assimilacionistas contidos no ideal de formação da nação. Sentimentos primordiais baseados no jus sanguinis, que fundamentaram algumas identidades étnicas formalizadas por grupos de imigrantes, colidiram com os preceitos do abrasileiramento e sua concomitante imagem de melting pot, e foram nos governos do Getúlio Vargas que o Brasil teve muita força na política de branqueamento da população, e brasilidade destes novos cidadãos. Este trabalho discute formas diferenciadas de pensar a nacionalidade, a etnicidade e a pluralidade cultural na primeira metade do século xx, tendo como referencial empírico a elaboração de identidades étnicas produzidas no contexto da imigração no Brasil e sua articulação com o processo de colonização voltado para a ocupação e miscigenação.
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