Recordando os CPCs do Brasil. Organização e práticas de centros de cultura popular.

Autores

  • Maria Ceci Misoczky Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS)

Palavras-chave:

pensamento social, centro popular de cultura, estudos organizacionais, organização e praxe

Resumo

O objetivo é refletir sobre a organização e as práxis dos CPC, lembrando ações de lutadores que construíram momentos cheios de possibilidades, visando atualizar o passado a partir das questões do presente. Os CPC transformaram a cultura brasileira, formaram uma massa política que veio construir o núcleo de resistência à ditadura. Perante os dilemas teóricos, e sem esquecer jamais a praxe, não submeteram o movimento a uma estrutura organizativa. Suas práticas são lembradas, permitindo ampliar o conceito de organização, tendo em conta a política da organização em relação às práxis. Também é discutida a relação entre organização e história no contexto dos estudos organizacionais e são apresentados argumentos para o reconhecimento do pensamento social brasileiro.

Biografia do Autor

Maria Ceci Misoczky, Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS)

Profesora Asociada de la Escuela de Administración de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS) y de su Programa de Postgrado. Codirectora del Critical Management Studies International Board. Maestra en Planificación Urbana y Regional (1990) y Doctora en Administración por la UFRGS. Coordinadora del Máster Interinstitucional en Administración en la Universidad Federal de Acre. Sus intereses académicos se ubican en la Administración, con énfasis en Estudios Organizacionales, Gestión en Salud y Administración Pública, prácticas organizacionales de movimientos y luchas sociales, crítica a la economía política de la organización, pensamiento social brasileño y latinoamericano, producción social de políticas públicas, y gestión en salud.

Referências

ARRABAL, José. O CPC da UNE (notas sem nostalgia). In: ARRAGAL, José; LIMA, Mariângela A. O nacional e o popular na cultura brasileira – Teatro. São Paulo: Brasiliense, 1983.

BARCELLOS, Jalusa. CPC da UNE: uma história de paixão e consciência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. En: O anjo da história: obras escolhidas de Walter Benjamin. Lisboa: Assíro & Alvim, 2010. p. 9-20.

BERLINCK, Manoel T. O Centro Popular de Cultura da UNE. Campinas: Papirus, 1984.

CALDAS, Ana Carolina. Centro Popular de Cultura no Paraná (1959-1964): Encontros e desencontros entre arte, educação e política. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR, 2003.

CARTER, Pippa; JACKSON, Norman. Rethinking organizational behaviour. London: Prentice Hall, 2000.

CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia: discurso competente e outras falas. São Paulo: Moderna, 1981.

CHAUÍ, Marilena. Seminários. São Paulo: Brasiliense, 1983.

COOPER, Robert. (2001). Untimely mediations: questioning thought. Ephemera, Vol. 1, N° 4. Ciudad, Editorial. p. 321-347

CORBISIER, Roland. Reforma ou revolução? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.

CPC. A organização dos Centros Populares de Cultura. In: Memorex: elementos para uma história da UNE. São Paulo: DCE Livre Alexandre Vanuchi Leme. Disponível em: http://forumeja.org.br/df/sites/forumeja.org.br.df/files/te.arena_. pdf. Consultado 12-01-2015.

CPC (1963). Relatório do Centro Popular de Cultura. I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, Recife, 1963.

CPC DE GOIÁS. Relatório de atividades relativo ao período 1962-1963. Disponível em: http://forumeja.org.br/df/sites/forumeja.org.br.df/files/cpc.go__0.pdf. Consultado: 12-01-2014.

DUSSEL, Enrique. Ética da libertação: na idade da globalização e da exclusão. Petrópolis: Vozes, 2002.

ENANPAD. Tema 10 História e Memória em Organizações Líder: Mônica de Aguiar Mac-Allister da Silva - EA/UFBA. Encontro de 2012. Disponível em: http://www.anpad.org.br/~anpad/eventos.php?cod_ evento=1&cod_evento_edicao=63&cod_edicao_subsecao=794. Consultado: 24-10-2015.

FARIA, José Henrique de (2009). Teoria crítica em estudos organizacionais no Brasil: o estado da arte. Vol. 7, N° 3. Rio de Janeiro: Cad. EBAPE.BR. p. 509-515.

FERREIRA, Jorge. (2006). A democracia no Brasil (1945-1964). São Paulo: Atual.

FERREIRA, Jorge (2011). João Goulart: uma biografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

FERREIRA, Vera Lúcia (CPC de Belo Horizonte, 1963). Cultura popular e alfabetização: modos de atuação na zona urbana e suburbana. I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, Recife.

FORSTER, Ricardo (2009). Benjamin: una introducción. Buenos Aires: Quadratta.

FREDERICO, Celso. (2007). A política cultural dos comunistas. In: MORAES, João Quartim de. História do Marxismo no Brasil. Unicamp: Ed. Unicamp. p. 337-372.

FREIRE, Paulo. Conscientização e alfabetização, uma nova visão do processo. Recife: MCP, 1962.

GARCIA, Miliandre. (2004). A questão da cultura popular: políticas culturais do CPC da UNE. Revista Brasileira de História, Vol. 24, N° 47, Ciudad: Editorial. p. 127- 162,

GARCIA, Miliandre. (2007). Do teatro militante à música engajada: a experiência do CPC da UNE (1958-1964). São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo.

GASPAR, Lúcia. Movimento de Cultura Popular (MCP). Disponível em: http:// basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?view=article&id=723%. Consultado: 14-01-2014.

GUARNIERI, Gianfrancesco. (1959). O teatro como expressão da realidade nacional. Brasiliense, N° 25, Ciudad: Editorial. p. 121-126.

GULLAR, Ferreira. (1965). Cultura posta em questão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

HEREDIA, Fernando Martínez. (2010). El ejercicio de pensar. La Habana: Editorial de Ciencias Sociales.

HOLANDA, Heloísa Buarque de. (1980). Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde - 1960 / 1970. São Paulo: Brasiliense.

HOLANDA, Heloísa Buarque de. (1982). Cultura e participação nos anos 60. São Paulo: Brasiliense.

IANNI, Octávio. (1975). O colapso do populismo no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

LIMA, Eduardo Campos. (2011). Há 50 anos uma luta começava. Brasil de Fato, N° . Ciudad: Editorial.

LÖWY, Michael. (2005). Walter Benjamin: aviso de incêndio – uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. Campinas: Boitempo Editorial.

LÖWY, Michael. (2008). El punto de vista de los vencidos en la historia de América Latina: reflexiones metodológicas a partir de Walter Benjamin. En: VEDDA, Miguel (Comp.) Constelaciones dialécticas: tentativas sobre Walter Benjamin. Buenos Aires: Herramienta Ediciones. p. 81-90.

MARTINS, Carlos Estevam. (1962). Por uma arte popular revolucionária. Movimento, N° 2, Encarte 1, São Paulo: Movimiento de Izquierda Socialista. p. 121-144.

MARTINS, Carlos Estevam. (1980). História do CPC (depoimento). Arte em Revista, Vol.2, N° 3. p. 77-82.

MARTINS, Carlos Estevam. (2005). Entrevista concedida a Angélica Muller e Ana Paula Goulart. Projeto Memória do Movimento Estudantil.

MICHALSKI, Yan. (1985). O teatro sob pressão: uma frente de resistência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

MISOCZKY, Maria Ceci. (2010). Das práticas não-gerenciais de organizar à organização para a práxis da libertação. En: MISOCZKY M. C.; FLORES, R.; MORAES, J (Orgs.) Organização e Práxis Libertadora. Porto Alegre: Dacasa Editora. p. 13-56.

MISOCZKY, Maria Ceci; BÖHM, Steffen. (2015). The oppressed organize against mega-mining in Famatina, Argentina: Enrique Dussel’s ethics of liberation. En: PULLEN, Alison; RHODES, Carl (Eds.). The Routledge companion to ethics, politics and organizations. London: Routledge. p. 67-84.

MISOCZKY, Maria Ceci; DORNELAS CAMARA, Guilherme. (2015). Enrique Dussel: contribuições para a crítica ética e radical nos Estudos Organizacionais. Cadernos EBAPE.BR, Vol. 3, N° 2, p. 286-314.

MORAES, Dênis de. (2000). Vianinha: cúmplice da paixão – uma biografia de Oduvaldo Vianna Filho. Rio de Janeiro: Record.

NAPOLITANO, Marcos. (2007). Forjando a revolução, remodelando o mercado: arte engajada no Brasil (1956-1968). En: FERREIRA, Jorge; REIS FILHO, Daniel Aarão. Nacionalismo e reformismo radical: 1945-1964. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 585-618.

NEVES, João das. Testemunho. (1969) En: Memorex: elementos para uma história da UNE. São Paulo: DCE Livre Alexandre Vanuchi Leme. Disponível em: http:// forumeja.org.br/df/sites/forumeja.org.br.df/files/te.arena_.pdf. Consultado: 12- 01-2014.

ORTIZ, Renato. (1985). Cultura brasileira & identidade nacional. São Paulo: Brasiliense.

PARKER, Martin. (2015). Organization and philosphy: vision and division. In: MIR, Raza; WILLMOT, Hugh; GREENWOOD, Michelle (Eds.). The Routledge Companion in Philosophy and Organization Studies. London: Routledge. p. 491-498.

RAINHO, Maria do Carmo T. (1998). Nada será como antes: os anos 60. Acervo: Revista do Arquivo Nacional, Vol. 11, N° 1-2, Río de Janeiro: Archivo Nacional –MJSP. p. 1-5.

REIS FILHO, Daniel Aarão. (2010). O colapso do colapso do populismo ou a propósito de uma herança maldita. En: FERREIRA, Jorge (Org.) O populismo e sua história: debate e crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. p. 319-377.

RIDENTI, Marcelo. (2000). Em busca do povo brasileiro. Rio de Janeiro: Record.

RIDENTI, Marcelo. (2010). Brasilidade revolucionária. São Paulo: Ed. UNESP.

RODRIGUES, Maria Emília de C. (2008). Enraizamento de esperança: as bases teóricas do Movimento de Educação de Base em Goiás. Tese de Doutorado, Faculdade de Educação da UFG. Goiânia.

SANFELICE, José Luis. (1986). Movimento estudantil: a UNE na resistência do golpe de 64. São Paulo: Cortez.

SCHWARZ, Roberto. (2005). Cultura e política. São Paulo: Paz e Terra.

TEATRO DE BONECOS DADÁ. (2002). 40 anos. Revista Comemorativa dos 40 anos do Teatro de Bonecos Dadá, Curitiba.

TORRES, Carla Michele R. (2008). Em cena: o teatro no CPC da UNE 1961-1964. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação Mestrado em História, UNIOESTE.

UNE. Em construção o teatro do CPC. Rio de Janeiro: O Metropolitano, 10 de outubro de 1962.

VALE, Antônio Marques do. (2006). O ISEB, os intelectuais e a diferença um diálogo teimoso na educação. São Paulo: UNESP.

VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. (2007). Filosofia da práxis. São Paulo: Expressão Popular.

VIANNA FILHO, Oduvaldo. (1981). Teatro popular não desce ao povo, sobe ao povo. En: MICHALSKI, Yan. Oduvaldo Vianna Filho /1: teatro. Rio de Janeiro: Muro. p. 13-16.

VIANNA FILHO, Oduvaldo. (1983a.). Do Arena ao CPC. . En: PEIXOTO, Fernando (Org.) Vianinha: teatro, televisão política. São Paulo: Brasiliense. p. 90-95.

VIANNA FILHO, Oduvaldo. (1983b.). O artista diante da realidade (um relatório) En: PEIXOTO, Fernando (Org.) Vianinha: teatro, televisão política. São Paulo: Brasiliense. p. 63-79.

VIANNA FILHO, Oduvaldo. (1983c.). Momento do teatro brasileiro. En: PEIXOTO, Fernando (Org.) Vianinha: teatro, televisão política. São Paulo: Brasiliense. p. 22- 23.

WEFFORT, Francisco Corrêa. (1978). O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Publicado

2018-04-11

Como Citar

Misoczky, M. C. (2018). Recordando os CPCs do Brasil. Organização e práticas de centros de cultura popular. Teuken Bidikay - Revista Latinoamericana De Investigación En Organizaciones, Ambiente Y Sociedad, 8(10), 23–50. Recuperado de https://revistas.elpoli.edu.co/index.php/teu/article/view/1200

Edição

Seção

Artículos